terça-feira, julho 27, 2010

Dama

Manhã de terça-feira,
corpo delgado envolvido em seda.

Também descalço,
observa pela soleira, o campo e a poeira assentada.

Nem parece que na noite passada, 
estava exaltada.

Ao longe ouve-se as águas, 
que formam uma cachoeira.

E as cinzas na lareira são resquícios, 
de que ali jaz uma fogueira.

Em sua cama adormecido, 
um estranho conhecido.

O quarto nada adornado, 
apenas a presença humana que o deixou acalorado.

Em um canto uma rosa murcha e solitária,
que um dia foi mescla de vivacidade e luxuria.

Desgastada, 
de sua jovialidade. 

Isso a faz refletir
E desolada, sai sem despedir.

Pobre mulher semi nua,
corre desvairada, sem perceber que é seguida.

De repente,
pelo braço é enlaçada.

Agora mais calma percebe,
o estranho conhecido,
que em sua cama estava adormecido.

Após ter suas lagrima enxugadas, 
pela presença masculina que a acalmara.

Se sente acanhada, não pela nudez,
mas pela lucidez que lhe retornou como face corada.

Com um sorriso delicado,
percebe que o tempo todo era seu amado. 

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