segunda-feira, junho 04, 2012

Incógnitos desencontros


Ela se arrumou e saiu como numa noite qualquer.
Foi ao um bar corriqueiro.

Conversa vai e vem, algumas cervejas, alguns cigarros.
Sua amiga lhe cutuca discretamente a perna e faz sinal com a sobrancelha, em direção a porta.

O cigarro em sua mão treme levemente.
Mas antes de qualquer percepção alheia jazia no cinzeiro.

Como se nada tivesse acontecido, volta a conversar com sua fiel.

Minutos se passam, parecendo horas.
Palavras são pronunciadas, risadas fartas com sentimentos incompletos.

Eis que decide voltar se na direção, até então ignorada.
Uma surpresa, não é só ela quem olha.
Sorrisos recíprocos de compreensão são esboçados.

A noite se estende, os olhares aleatórios também.
O álcool faz efeito limitando noções de tempo e espaço.

Levanta se e vai até o banheiro, sem perceber qualquer coisa ao seu redor.
Deixa se levar apenas pelo seu momento ébrio.

Ao sair do banheiro, lá está ele na fila.

Ela pensa "Com seu jeito despojado de ser, o pé na parede e a mente ... Vai saber!"

Trocam olhares e se cumprimentam como se nada um dia houvesse acontecido.

Ela "Quanto tempo."

Ele "Verdade, você sumiu."

Ela "Nada"

Alguém grita lá trás "Olha a fila!"

Ela se apressa, e fala "Até mais então"

Ele da apenas um sorriso consentindo e entra no banheiro.

Ela volta a sua mesa, ao sentar, retrata o acontecido a sua amiga.
Após alguns minutos, pedem a conta.

Se levantam e vão embora, mas antes se despedem sem mais delongas.

Ao sair, acende um cigarro e pensa " Tudo está acabado".

Repensa " Apenas essa noite".

E não é só ela.

Ambos sabem, haverá uma próxima.

Sempre há!