sábado, julho 21, 2012

Sentimento Fênixiniano

Efemeridade engradecedora, encorajadora.
Condição condenatória individual.

Brutalmente institui-se
Estabelece na inconsciência, inocência.

Insustentável solitária
Eis que apodera-se
E torna-se, consciente, incoerente.

Impulsiona 
O desejo

Atos ébrios
Ebriedade sóbria
Sobriedade inebriante.

Esmaga, aperta,
morde, quebra, para aliviar.

Nova tentativa, repelida.

Ciclo frágil que rompe.
E se desfaz. 
Para recomeçar.

segunda-feira, junho 04, 2012

Incógnitos desencontros


Ela se arrumou e saiu como numa noite qualquer.
Foi ao um bar corriqueiro.

Conversa vai e vem, algumas cervejas, alguns cigarros.
Sua amiga lhe cutuca discretamente a perna e faz sinal com a sobrancelha, em direção a porta.

O cigarro em sua mão treme levemente.
Mas antes de qualquer percepção alheia jazia no cinzeiro.

Como se nada tivesse acontecido, volta a conversar com sua fiel.

Minutos se passam, parecendo horas.
Palavras são pronunciadas, risadas fartas com sentimentos incompletos.

Eis que decide voltar se na direção, até então ignorada.
Uma surpresa, não é só ela quem olha.
Sorrisos recíprocos de compreensão são esboçados.

A noite se estende, os olhares aleatórios também.
O álcool faz efeito limitando noções de tempo e espaço.

Levanta se e vai até o banheiro, sem perceber qualquer coisa ao seu redor.
Deixa se levar apenas pelo seu momento ébrio.

Ao sair do banheiro, lá está ele na fila.

Ela pensa "Com seu jeito despojado de ser, o pé na parede e a mente ... Vai saber!"

Trocam olhares e se cumprimentam como se nada um dia houvesse acontecido.

Ela "Quanto tempo."

Ele "Verdade, você sumiu."

Ela "Nada"

Alguém grita lá trás "Olha a fila!"

Ela se apressa, e fala "Até mais então"

Ele da apenas um sorriso consentindo e entra no banheiro.

Ela volta a sua mesa, ao sentar, retrata o acontecido a sua amiga.
Após alguns minutos, pedem a conta.

Se levantam e vão embora, mas antes se despedem sem mais delongas.

Ao sair, acende um cigarro e pensa " Tudo está acabado".

Repensa " Apenas essa noite".

E não é só ela.

Ambos sabem, haverá uma próxima.

Sempre há!

domingo, maio 13, 2012

Instantes

Olhando pela janela, regozijo da noite.
Necessito de um cigarro.

Pego meu casado surrado, ajeito o cabelo.
Saio arrastando pelas ruas gélidas e quase desertas, até o próximo bar.
Vejo algumas almas perdidas, piegas.

"Até que enfim um lugar aquecido", penso ao entrar naquele bar.
À primeira observação mais parecia um bordel abandonado.

Peço um café e meu cigarro.

Ao olhar no canto mais afastado, deparo com um cara.
Com um velho terno tweet, cabelos desgrenhados dentro da boina 
parecendo que a colocou as pressas.
O jeans tão gastos quanto seu All Star.

Toca ao fundo Girl,you'll be a woman soon numa velha Jukebox.
Vejo que tenta acender seu cigarro, em vão, pois seu isqueiro acabou.

Me levanto, vou até lá e acendo seu cigarro.
Sento ao seu lado em silencio, ele me agradece com o olhar
Sem noção de tempo, ficamos ali
Apenas apreciando

Waits poetiza ao fundo:
[...] And I think that I just fell in love with you [...]

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Que não é complexo

Verde que se faz colorido.
Vermelho, amarelo, rosa, roxo.
Escapa por frestas.

Riso frouxo.
Maracujá pela manhã.
Café á noite.

Um Sol timído. Um Céu intimidador.

Rugas, não são experiencia.
Que isso? Vivência.

Vento arruaceiro.
Legítimo forasteiro.

Fragrância natural.
Emana beleza.
Espontânea.
Original.

Tudo que te quero simples.
Simples que se faz pouco.
Pouco, mas não necessariamente imperfeito.

terça-feira, janeiro 31, 2012

D'água

Expressar,
com pudor não há.

Individualidade há.
Basta atinar.

Devaneios a noite,
ao dia, sem companhia.

Delirios suados,
finalizados, desejados, excomungados.
Pele do sabor, do tatear, do desdém, do habitar.

Nota indeterminada do autor.
Consumada com fervor.

Instante, extravagante, inebriante.

Ultimado enfim.
Carmim.